Queria
ficar gravada em tua mente
como imorredoura imagem
na pincelada leve do artista
para ti encher-me de cores
como as nuvens brancas ao crepúsculo
ser tocada pela sutileza
de teus dedos mágicos
brilhar como o cetim
das telas de Vermeer
eternizar-me em tintas
corantes e matizes
ser a dama do turbante
com meus brincos de pérola
e os lábios rubros e molhados
ver teus os olhos a refletir
uma paixão ardente
sentir o teu desejo a perpassar-me
queimando-me pelo avesso
Mas
fazes-me de objeto
um estudo de luz e sombra
uma alquimia de tons
abstrais o que de humano
em mim existe
aviltas a minha natureza
olvidas meus sentimentos
e usas o meu viço virginal
apenas para exprimir
a tua amada Arte
Publicado em Banco de Talentos 2007 - Catálogo das obras selecionadas no Projeto Banco de Talentos, promovido pela Febraban - p. 234-235 - CDD-700.79074
Publicado em Banco de Talentos 2007 - Catálogo das obras selecionadas no Projeto Banco de Talentos, promovido pela Febraban - p. 234-235 - CDD-700.79074
Há uns quatro anos, na programação da TV por assinatura, assisti a um filme intitulado Moça com brinco de pérola que, ao terminar, me deixou com aquela sensação de “quero mais”. Fiquei encantada com o enredo, a fotografia, a atuação dos atores. Fiz questão de comprar o DVD para ter em casa. O filme é de 2003, tem como diretor Peter Webber, adaptação do roteiro de Olivia Hetreed e direção de fotografia de Eduardo Serra. Os atores principais são Scarlett Johansson e Colin Firth. Baseado no romance homônimo de 1999, escrito por Tracy Chevalier, inspirada pela pintura que ficava numa das paredes de sua casa e sobre a qual ela criou uma história.
A produção cinematográfica foi soberba, recriando a cidade e o figurino da época. Mas o que mais me chamou a atenção foi a fotografia. Porque o filme parecia ser uma sucessão de telas de pintura, pela valorização do foco de luz vindo de um único ponto, como acontece na totalidade da obra do pintor holandês Joannes Vermeer (séc.XVII), que pintou este quadro em 1665, e que é conhecido como a Monalisa holandesa.
No dia seguinte, ainda com o filme em mente, senti-me impulsionada a escrever este poema que foi premiado em 2007 e editado em livro pela Federação Brasileira de Bancos. Posteriormente, publicado no site literário da Internet, Blog Suite Blog.
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