As cascas dos ovos, após serem lavadas e terem a película interna retirada, são quebradas em pequenos pedaços que são colados, um a um, sobre a superfície que se quer cobrir. Depois cola-se a figura desejada, recortada de guardanapos próprios para decoupage. É um trabalho que requer muita paciência, mas o resultado compensa.
sábado, 28 de junho de 2014
ARTESANATO - APARADOR COM DECOUPAGE SOBRE CRAQUELADO DE CASCAS DE OVOS
As cascas dos ovos, após serem lavadas e terem a película interna retirada, são quebradas em pequenos pedaços que são colados, um a um, sobre a superfície que se quer cobrir. Depois cola-se a figura desejada, recortada de guardanapos próprios para decoupage. É um trabalho que requer muita paciência, mas o resultado compensa.
terça-feira, 24 de junho de 2014
TARDE DE PESCARIA
na rede do tempo
a idade pesca lembranças
agarradas às treliças da varanda
samambaias rendadas
sacodem suas saias rodadas
a brisa da tarde
invade a sombra
um sol filtrado fosco
colore de laranja o horizonte
poeira dourada brinca
suspensa nas frestas de luz
uma velha cochila no balanço
e sorri quando se vê criança
enroscada na infância
nas tramas daquela rede
Este é um poema que escrevi numa roda de poesia, há muitos anos.
Ontem, terminei de ler o livro "Para sempre teu, Caio F., da Paula Dip. Olha o que encontrei nas páginas finais, numa carta que Caio enviou a Paula, em 15 de abril de 1994, de Paris:
"[...] Material para o baú da memória e lá estarei eu daqui a 20 anos na minha cadeira de balanço [...] nessa espécie de pescaria do tempo [...]"
Falando do Caio para minha amiga-poeta Rosana Banharoli, há uns quinze dias, comentei que sinto uma proximidade tão grande com esse escritor, que me foi apresentado há apenas dois anos, na Pós-Graduação, e pelo qual me apaixonei de cara, e tenho encontrado coisas assim, fiapos de expressões que ambos usamos em nossos escritos... Não, não estou fazendo comparações! Caio era um gênio! Mas de um jeito amargurado que me toca a alma. E, às vezes, coincidências como essa me fazem pensar que, bem lá no fundo do nosso entender a vida, temos algo em comum...
PRESENTE DO DIA DOS NAMORADOS
Caio Fernando Abreu era um frenético missivista. Este livro reúne cartas enviadas aos amigos durante décadas. Seu organizador, Italo Moriconi, na introdução, salienta: "Busquei recuperar o romance fragmentado de uma vida."
Amei o presente!!!
sexta-feira, 6 de junho de 2014
ENCONTRO NO CÉU
Estou deitada no meu quarto,
fazendo hora. Distraio-me com o movimento da tarde pelo recorte de vidro da
minha janela.
Acho que vai haver um encontro de nuvens no céu. Só não sei aonde, porque elas
passam ligeiras e leves em suas vestes ora densas, ora rendadas ─ como damas a
caminho do baile ─, e logo desaparecem para não perder a hora.
E o azul volta a habitar o céu,
límpido e brilhante.
O vento sopra fraquinho e traz para
dentro do meu quarto um cheiro de pastel frito. Que incoerência!
No terreno em que outrora existia uma
casa em ruínas, as andorinhas voavam sobre o telhado esburacado e as verdes
folhas de bananeiras. Agora elas deslocaram o lugar do seu voo e suas rasantes
rápidas dão-se bem defronte à minha janela. Elas perderam o antigo espaço, mas
eu ganhei um assento na primeira fila para ver um show diário de malabarismos
que me traz sensação de liberdade: com suas asinhas esticadas, elas flutuam e
parecem tão felizes!
E a legião de nuvens continua no seu
andar apressado.
Eu ficaria aqui a tarde toda falando
inclusive sobre o voo engraçado de uma mosquinha que insiste em dar voltas e
mais voltas sobre a minha cama.
Mas a hora já passou. Levanto-me
porque tenho que ir à sessão de terapia. Minha vida não é tão desembaraçada de
problemas quanto a das nuvens, das andorinhas ou das moscas.
Chego perto da janela. Umas nuvens
negras estão se aproximando. Se agirem, vão ser as desmancha-prazeres da tarde
gostosa. Olho-as com desagrado e elas me devolvem o olhar com cenho franzido.
Elas também devem ter seus problemas.
Deslizo o vidro sobre os trilhos. Subo no parapeito e alço voo como as
andorinhas...
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