Assistindo hoje ao jornal da TV, uma notícia chamou
minha atenção pelo absurdo da colocação. O leão que morava no zoológico de
Kabul morreu. A causa: além de vinte anos nas costas, o velho rei da selva, no
cativeiro, passou muita fome uma vez que, desde a implantação do regime Talibã
no lugar, a verba para sua alimentação foi cortada. Ora, o que tinha o pobre
bicho a ver com o fundamentalismo islâmico? Será que a fé dele andava
fraquejando? Agora, com a derrubada do
Talibã, a verba foi liberada, mas o esquálido rei não conseguiu mais manter-se
em pé e sucumbiu à idiotice humana. Para arrematar, o jornalista responsável
pela nota acrescentou que serão enviados dois jovens leões de três anos de
idade para substituir o falecido e que veterinários garantiram que ambos
certamente não terão problemas de adaptação ao novo lar. Fiquei me perguntando
quais opções tinham as duas feras. Revoltar-se contra o sistema?
Aí me vieram na
cabeça outras arbitrariedades que o homem impõe aos animais, mais
especificamente aos leões.
Como será que
aqueles ascendentes dos leões atuais se sentiam quando entravam nas arenas para
devorar cristãos? Estranho que mais uma vez a Religião entre no assunto. Será
que esses bichos têm convicções religiosas?
Ou, quem
perguntou ao leão se ele gostaria de ser o representante da Receita Federal,
que arrebata altas porcentagens do nosso suado dinheirinho, fazendo esse
garboso felino ser odiado por tabela e pela tabela?
À temível fera
só resta alisar a juba e dar um miado de indignação!
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