quarta-feira, 20 de março de 2013

MIMETISMO


Num bailado intrincado
palavras e pontos se confundem
frases e fios se entrelaçam

Cruzo linhas no bastidor
digito palavras no computador
vou urdindo versos
arrematando avessos
construindo dramas

Cravo agulhas nas rimas
e o sangue brota
impregnando as palavras
colorindo o poema
tingindo de vermelho o tecido

No labirinto de tremas e tramas
equilibrando-me
entre o prelo e o fuso
entre o cânhamo e o papel
sou inseto na teia
à procura de minha essência
sou artesã?
sou artista?

Dentro do peito
guardada em casulo
capturo a certeza:
tenho asas de borboleta
e mãos de fiandeira
sou o bicho-da-seda
tecendo poesia...

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