Num bailado
intrincado
palavras e
pontos se confundem
frases e fios se
entrelaçam
Cruzo linhas no
bastidor
digito palavras
no computador
vou urdindo
versos
arrematando
avessos
construindo
dramas
Cravo agulhas
nas rimas
e o sangue brota
impregnando as
palavras
colorindo o
poema
tingindo de
vermelho o tecido
No labirinto de
tremas e tramas
equilibrando-me
entre o prelo e
o fuso
entre o cânhamo
e o papel
sou inseto na
teia
à procura de
minha essência
sou artesã?
sou artista?
Dentro do peito
guardada em
casulo
capturo a
certeza:
tenho asas de
borboleta
e mãos de
fiandeira
sou o
bicho-da-seda
tecendo
poesia...