quinta-feira, 30 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
LIVRO É SINÔNIMO DE PAIXÃO
AMANTE
Em asas de borboleta
escrevi a minha dita
Na cor da violeta
imprimi a minha rima:
Sou feliz
sou aprendiz do amor
Sou carente
do sabor da tua boca
do calor da tua roupa
Sou escrava
do favor dos teus agrados
do fervor dos teus afagos
Estou nua
Verdade crua?
: sou tua
terça-feira, 14 de agosto de 2012
CASA DE CAMPO em ponto-cruz
Casas, chalés, bangalôs, castelos...
adoro bordar qualquer um que for
cercado por flores e muito verde
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
PENSAMENTO
corre como uma fera
ninguém há de te deitar rédeas
és minha cria indomada
teu galope é minha energia
por ti extrapolo os limites
dos meus ossos
da minha carne
ganho asas alço vôo
além da clausura de mim
Vai pensamento em viagem
transpondo tempo e espaço
ninguém há de te colocar freios
és fruto de minha euforia
tua liberdade é meu trunfo
contigo sonho acordada
vou além do que posso
desatando o meu laço
esculpindo minha vontade
e encontro o meu passo
Vai pensamento sob camuflagem
escondendo as minhas vontades
ninguém há de te condenar
és meu bem insondável
teu segredo é minha ousadia
através de ti imagino o que gosto
respondo o que quero
transformo a realidade
realizo o impossível
crio minhas miragens
Vai pensamento em refilmagem
resgatando os meus espólios
ninguém há de te impedir
és minha mola propulsora
tua existência é minha razão
em ti recolho as angústias
coloco as tristezas em pilha
ato fogo nos escombros
faço uma prece de despedida
e renasço das cinzas
Poema publicado na coletânea MARCAS DO TEMPO IV - "Concurso Nacional de Poesia", organizado pela Biblioteca Pública Municipal de Descalvado - SP - 2002
Poema publicado na coletânea MARCAS DO TEMPO IV - "Concurso Nacional de Poesia", organizado pela Biblioteca Pública Municipal de Descalvado - SP - 2002
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
MEU ANJO
Maria Angela Alvares Cacioli - 23/03/2012
Nossa, como você está gelada. Vem cá meu anjo. O corpinho macio, cheirando a bebê, se aconchega no pai. Encosta os pezinhos nos do papai, que logo esquenta. Põe as mãos aqui pro papai esquentar.
Na sala, a mãe assiste ao programa cruel com nome de pureza: sapato branco. Na cama, a menininha aquecida, adormece.
E cresce. Sempre com frio. O pai olha pra ela: é a mãe renovada.
Arruma o primeiro namorado. Não engata. O segundo também não. Já com o terceiro a coisa parece séria.
Antes que qualquer coisa possa acontecer o pai sentencia: o primeiro homem da minha filha tem que ser eu. A mãe nada diz. Foi assim com as outras duas filhas, agora casadas, morando bem longe.
E o Anjo-da-guarda do anjo do papai fecha os olhos outra vez.
E mais uma vez. Mais duas. Mais não sei quantas.
A faca de churrasco ela pega no armário. O quarto parece um matadouro.
Desgraçados, vão queimar no inferno, que com Deus eu me entendo.
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